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Qual o capital de giro ideal para uma startup?

O que é o capital de giro?
O problema começa no fato de que, atualmente, é muito comum as pessoas confundirem o capital de giro com outros termos semelhantes.
Por exemplo, o capital inicial, ou mesmo o capital social, que é obrigatório constar no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) da firma. Este último nada mais é do que o aporte em dinheiro que os sócios fazem na abertura do negócio.
Se cada um entra com R$ 10 mil, e são três sócios, então o capital social será de R$ 30 mil, simples assim. Esse conceito pode se confundir com o de capital inicial, embora essencialmente eles sejam diferentes.
Na prática, o capital inicial é o valor que a empresa aporta em sua operação inicial, o que pode incluir desde as instalações de um estabelecimento físico, até o simples investimento de hospedagem para a criação de um site ou plataforma exclusivamente digital.
Ou seja, se o negócio faz instalação de internet, ele pode ter um capital social de R$ 30 mil, mas aplicar no início da operação (capital inicial) apenas metade do valor, deixando o restante no banco, por exemplo.
Aí é que vem o capital de giro, também chamado de capital circulante, que é o valor ou aporte que garante o caixa necessário para a empresa operar por um período de tempo, mesmo que o negócio não gere receita positiva nessa fase prevista.
Assim, vejamos alguns exemplos de valores que precisam ser levados em conta:
- Locação de espaço físico;
- Hospedagem de espaços digitais;
- Manutenção de equipamentos;
- Salários e toda folha de pagamento;
- Serviços indispensáveis e terceirizações;
- Gastos gerais e imprevistos;
- Serviços fixos (água, luz, internet).
Por exemplo, se os gastos mensais fixos estão na casa de R$ 5 mil, é preciso multiplicar isso pelos meses em que possivelmente a empresa não trará lucros.
O prazo mínimo costuma ser de seis meses, mas idealmente é bom ter um capital de giro de um ano, mesmo no caso de uma
startup, como veremos abaixo.
Por dentro do capital líquido
Já falamos sobre sustentabilidade como um ponto fundamental. De fato, alguns pensam que esse termo só existe no universo ecológico, mas não é verdade.
Uma empresa pode e deve ser financeiramente sustentável. Isso quer dizer que ela é capaz de manter sua operação e gerar lucro devido, a partir do que começamos a falar sobre uma meta indispensável de qualquer startup: crescer e escalar o negócio.
Se a startup trabalha com sala para palestra, certamente ela já vai começar sua jornada projetando cenários futuros positivos. Assim, pode iniciar com dez salas, mas já terá planos de como administrar vinte, depois cinquenta, depois cem salas.
Aqui falamos da saúde do negócio, termo tão em voga hoje em dia, mas que nem sempre os gestores sabem traduzir em estratégias reais e práticas. Um conceito fundamental para isso é o de capital líquido, essencial para a estratégia do capital de giro.
Para calculá-lo basta somar os ativos e subtrair os passivos circulantes de um mês de operação. Assim, você já sabe qual será a demanda mensal da empresa em relação ao caixa, que na soma total é o que resulta no próprio capital de giro.
Portanto, o capital de giro ou circulante ideal para qualquer
startup costuma seguir essa fórmula: capital líquido (mensal) multiplicado por um semestre ou um ano de operações, a depender do modelo de negócio.
Capital de 6 ou 12 meses?
Como vimos, uma startup nada mais é do que uma empresa emergente, ou seja, um negócio que começa enxuto mas tem uma proposta altamente promissora.
Contudo, não é só isso que vai definir o montante de capital de giro que uma startup precisa ter em caixa. Afinal, se fosse apenas isso, todas teriam o mínimo possível, já que falar em startup que não seja promissora é uma contradição de termos.
O que precisa ser feito é um estudo de mercado, como um benchmarking. Por exemplo, se uma empresa que lida com grande painel de publicidade fosse fazer uma rodada de investimentos, ou acessar um fundo, como seria o processo?
A primeira coisa que os especialistas pediriam é o Plano de Negócios, para comprovar se os donos e sócios têm conhecimento do mercado em que estão entrando, bem como dos cenários que podem ser projetados de modo verossímil, não fantasioso.
Por exemplo, generalizações do tipo “se meu segmento move R$ 1 bilhão por ano e eu ficar com apenas 1% disso, terei uma receita de R$ 10 milhões” são considerados estapafúrdias, pois não mostram o caminho das pedras, mas sim, uma projeção ilusória.
Assim, o modo mais seguro de definir entre um capital de 6 ou 12 meses é usando cases de sucesso que comparem os prós e contras do setor.
Ou seja, se uma concorrente atingiu um resultado X com Y recursos, você pode até falar em replicar o X (resultado), desde que apresente a mesma condição em Y (recursos).
Bônus: a gestão mês a mês
Por fim, um segredo sobre como dominar tudo acerca do capital de giro da sua startup é não pensar apenas em um valor cheio, seja ele de um semestre ou um ano, mas no médio e longo prazo.
Ou seja, o ideal é aprender a lidar com a gestão financeira desde o começo, assim você cria possíveis planos B e C. Com isso, você também não precisa se desesperar caso uma projeção de 6 meses comece a se tornar 7 ou 8 meses.
Até porque, se o negócio atua na área de controle de acesso digital, é possível que algumas variáveis imprevistas aconteçam no meio do caminho, o que pode ir do valor do dólar até novidades tecnológicas que defasam seu estoque.
Assim, uma gestão inteligente que pode evitar surpresas implica nos seguintes esforços básicos:
- Atualizar sempre o fluxo de caixa;
- Projetar cenários bons e ruins para o fluxo;
- Controlar e otimizar todos os gastos;
- Ter uma gestão racionalizada do estoque;
- Negociar sempre com parceiros e fornecedores;
- Adiantar os recebíveis e gerir as cobranças;
- Investir os ativos dentro ou fora do negócio.
Enfim, fazendo um planejamento que considere a gestão mês a mês, sua compreensão sobre o capital de giro vai aumentar e muito, possibilitando que sua
startup seja mais sólida e mais sustentável.
Conclusão
Falar em startups é falar no modelo de negócio que mais cresce no mundo todo, seja no caso de uma empresa de TI ou uma gráfica que imprime folder de apresentação.
Em todo caso, o importante é dominar as finanças e os tipos de capital implicados do negócio, sobretudo o capital recorrente (capital de giro). Com as dicas que trouxemos aqui, vai ficar ainda mais fácil fazer isso e atingir resultados incríveis.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog
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