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31 de agosto de 2021

Qual o capital de giro ideal para uma startup?

Qual o capital de giro ideal para uma startup?
Nos últimos anos, com o avanço das tecnologias, da informática e da internet, o mundo corporativo passou por grandes mudanças. O maior exemplo talvez seja o da área de startup, que são empresas emergentes e altamente promissoras.

De fato, se a um tempo atrás abrir um negócio era algo extremamente difícil e até burocrático, hoje nós vemos jovens simplesmente criando suas empresas e passando na frente de marcas antigas e tradicionais.

No começo, o termo ainda era limitado ao setor tecnológico, das famosas “empresas.com”, à altura da bolha da internet. Mas hoje qualquer negócio pode ser uma startup, como uma firma que instala mobiliário urbano em São Paulo.

Sem falar nas plataformas de ensino a distância, as famosas EAD, que revolucionaram nosso modo de pensar a educação. Também assim, os apps, que são aplicativos de celular que facilitam nossa vida, quase sempre surgem como startups.

O sucesso desse tipo de modelo de negócio nem é questão de opinião, já que várias pesquisas corroboram isso. Por exemplo, um levantamento recente da Associação Brasileira de Startups mostrou um comparativo dos últimos cinco anos.

Simplesmente o número de startups surfou uma curva positiva de 207%, sobretudo na área tecnológica, de telefonia e informática como notebook escritório. Na prática, havia cerca de 4.000 marcas, depois o número aumentou para mais de 12.000.

Mas é justamente aí que entra a pergunta central: será que todas elas dominam a cultura financeira necessária para surfar uma onda segura e sustentável de crescimento? Nesse ponto é que discutimos qual é o capital de giro ideal para uma startup.

Lembrando que esse valor pode ser a diferença entre a empresa crescer de modo seguro, ou simplesmente encontrar problemas já nos seus primeiros meses de atuação. Por isso decidimos escrever este artigo, trazendo aqui as melhores dicas da área.

Além de explicar o que é o capital de giro e sua diferença para outros conceitos parecidos, como capital inicial e capital social, vamos mostrar a importância de dominar o tema e quais seus impactos no curto, médio e longo prazo.

O mais interessante é que hoje esses conceitos financeiros também são fundamentais em qualquer setor, seja de produtos ou serviços como entrega de documentos.

Então, se você quer entender melhor como esse universo incrível funciona, aprendendo a criar ou melhorar sua startup, basta seguir adiante na leitura.

O que é o capital de giro?

O problema começa no fato de que, atualmente, é muito comum as pessoas confundirem o capital de giro com outros termos semelhantes.


Por exemplo, o capital inicial, ou mesmo o capital social, que é obrigatório constar no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) da firma. Este último nada mais é do que o aporte em dinheiro que os sócios fazem na abertura do negócio.


Se cada um entra com R$ 10 mil, e são três sócios, então o capital social será de R$ 30 mil, simples assim. Esse conceito pode se confundir com o de capital inicial, embora essencialmente eles sejam diferentes.


Na prática, o capital inicial é o valor que a empresa aporta em sua operação inicial, o que pode incluir desde as instalações de um estabelecimento físico, até o simples investimento de hospedagem para a criação de um site ou plataforma exclusivamente digital.


Ou seja, se o negócio faz instalação de internet, ele pode ter um capital social de R$ 30 mil, mas aplicar no início da operação (capital inicial) apenas metade do valor, deixando o restante no banco, por exemplo.


Aí é que vem o capital de giro, também chamado de capital circulante, que é o valor ou aporte que garante o caixa necessário para a empresa operar por um período de tempo, mesmo que o negócio não gere receita positiva nessa fase prevista.


Assim, vejamos alguns exemplos de valores que precisam ser levados em conta:


  • Locação de espaço físico;
  • Hospedagem de espaços digitais;
  • Manutenção de equipamentos;
  • Salários e toda folha de pagamento;
  • Serviços indispensáveis e terceirizações;
  • Gastos gerais e imprevistos;
  • Serviços fixos (água, luz, internet).


Por exemplo, se os gastos mensais fixos estão na casa de R$ 5 mil, é preciso multiplicar isso pelos meses em que possivelmente a empresa não trará lucros.



O prazo mínimo costuma ser de seis meses, mas idealmente é bom ter um capital de giro de um ano, mesmo no caso de uma startup, como veremos abaixo.

Por dentro do capital líquido

Já falamos sobre sustentabilidade como um ponto fundamental. De fato, alguns pensam que esse termo só existe no universo ecológico, mas não é verdade.


Uma empresa pode e deve ser financeiramente sustentável. Isso quer dizer que ela é capaz de manter sua operação e gerar lucro devido, a partir do que começamos a falar sobre uma meta indispensável de qualquer startup: crescer e escalar o negócio.


Se a startup trabalha com sala para palestra, certamente ela já vai começar sua jornada projetando cenários futuros positivos. Assim, pode iniciar com dez salas, mas já terá planos de como administrar vinte, depois cinquenta, depois cem salas.


Aqui falamos da saúde do negócio, termo tão em voga hoje em dia, mas que nem sempre os gestores sabem traduzir em estratégias reais e práticas. Um conceito fundamental para isso é o de capital líquido, essencial para a estratégia do capital de giro.


Para calculá-lo basta somar os ativos e subtrair os passivos circulantes de um mês de operação. Assim, você já sabe qual será a demanda mensal da empresa em relação ao caixa, que na soma total é o que resulta no próprio capital de giro.


Portanto, o capital de giro ou circulante ideal para qualquer startup costuma seguir essa fórmula: capital líquido (mensal) multiplicado por um semestre ou um ano de operações, a depender do modelo de negócio.

Capital de 6 ou 12 meses?

Como vimos, uma startup nada mais é do que uma empresa emergente, ou seja, um negócio que começa enxuto mas tem uma proposta altamente promissora.


Contudo, não é só isso que vai definir o montante de capital de giro que uma startup precisa ter em caixa. Afinal, se fosse apenas isso, todas teriam o mínimo possível, já que falar em startup que não seja promissora é uma contradição de termos.


O que precisa ser feito é um estudo de mercado, como um benchmarking. Por exemplo, se uma empresa que lida com grande painel de publicidade fosse fazer uma rodada de investimentos, ou acessar um fundo, como seria o processo?


A primeira coisa que os especialistas pediriam é o Plano de Negócios, para comprovar se os donos e sócios têm conhecimento do mercado em que estão entrando, bem como dos cenários que podem ser projetados de modo verossímil, não fantasioso.


Por exemplo, generalizações do tipo “se meu segmento move R$ 1 bilhão por ano e eu ficar com apenas 1% disso, terei uma receita de R$ 10 milhões” são considerados estapafúrdias, pois não mostram o caminho das pedras, mas sim, uma projeção ilusória.


Assim, o modo mais seguro de definir entre um capital de 6 ou 12 meses é usando cases de sucesso que comparem os prós e contras do setor. 


Ou seja, se uma concorrente atingiu um resultado X com Y recursos, você pode até falar em replicar o X (resultado), desde que apresente a mesma condição em Y (recursos).

Bônus: a gestão mês a mês

Por fim, um segredo sobre como dominar tudo acerca do capital de giro da sua startup é não pensar apenas em um valor cheio, seja ele de um semestre ou um ano, mas no médio e longo prazo.


Ou seja, o ideal é aprender a lidar com a gestão financeira desde o começo, assim você cria possíveis planos B e C. Com isso, você também não precisa se desesperar caso uma projeção de 6 meses comece a se tornar 7 ou 8 meses.


Até porque, se o negócio atua na área de controle de acesso digital, é possível que algumas variáveis imprevistas aconteçam no meio do caminho, o que pode ir do valor do dólar até novidades tecnológicas que defasam seu estoque.


Assim, uma gestão inteligente que pode evitar surpresas implica nos seguintes esforços básicos:


  • Atualizar sempre o fluxo de caixa;
  • Projetar cenários bons e ruins para o fluxo;
  • Controlar e otimizar todos os gastos;
  • Ter uma gestão racionalizada do estoque;
  • Negociar sempre com parceiros e fornecedores;
  • Adiantar os recebíveis e gerir as cobranças;
  • Investir os ativos dentro ou fora do negócio.


Enfim, fazendo um planejamento que considere a gestão mês a mês, sua compreensão sobre o capital de giro vai aumentar e muito, possibilitando que sua startup seja mais sólida e mais sustentável.

Conclusão

Falar em startups é falar no modelo de negócio que mais cresce no mundo todo, seja no caso de uma empresa de TI ou uma gráfica que imprime folder de apresentação.

Em todo caso, o importante é dominar as finanças e os tipos de capital implicados do negócio, sobretudo o capital recorrente (capital de giro). Com as dicas que trouxemos aqui, vai ficar ainda mais fácil fazer isso e atingir resultados incríveis.


Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog
Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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